quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A aflição dos professores

Aposto que é assim que muitos professores se sentem nos últimos tempos, não só a nível nacional, mas também cá na RAM. 
Se no todo nacional as más notícias verificaram-se e muitos professores contratados, alguns deles com largos anos de serviço, encontraram o desemprego como perspetiva de curto e médio prazo, a verdade é que cá na Madeira a aflição continua. 
Segundo o calendário oficial, sai amanhã, dia 6 de setembro, a lista de contratação da RAM, mesmo que já nos últimos dias tenham soado alguns alarmes na comunicação social e algumas notícias aparecidas pela calada a anunciar cerca de 200 professores desempregados (número que, como se constata, é bem preocupante para uma realidade como a nossa).
Nos anos anteriores, em que esses professores estiveram colocados e a cumprir funções em prol da educação e do ensino dos nossos jovens, não se levantaram vozes a denunciar um número excessivo de professores. Agora, como o discurso da crise é desculpa para todos os atropelos que se fazem à dignidade das pessoas e para a redução de custos a torto e a direito, já há professores a mais, que não fazem falta, e que devem ir para o desemprego. Não são necessários para nada. Não precisamos desses profissionais para nada. Por isso, rua! As escolas vivem bem sem eles, com alunos mal nutridos, sem capacidade de concentração, sem apoio familiar (uma vez que as famílias se desfazem, se não por problemas de funcionalidade familiar, por motivos económicos e financeiros), mas o problema do país está de facto nos professores.
Conheço alguns destes professores. Já trabalhei com muitos a quem reconheço elevadas capacidades pedagógicas e brio no exercício das suas funções. Incomoda-me não poder ajudar nem fazer nada, principalmente quando há muitas ideias pré-concebidas sobre as realidades das escolas, como se estes professores não fossem necessários. Mas são. E muito! Não é a quantidade que fará com que terminem os problemas da educação e do ensino em Portugal, mas com medidas destas damos passos atrás quando o caminho é para a frente.

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