quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Mais um bombeiro morto


É um dia triste para Portugal. Como muitos outros nestes últimos anos. Mas desta vez não falamos dos problemas estruturais que nos afligem e que levam a mais problemas económicos e financeiros, ao aumento do desemprego e às dificuldades infindáveis (e para muitos inimagináveis) de muitas famílias.
Falo da morte de mais um bombeiro, de mais um jovem que perdeu a vida. E não me venham com aquelas tretas pseudo religiosas de que era a hora dele e de que foi o destino. Não. Este jovem não tinha de morrer, nem os outros seis bombeiros que só neste ano perderam a vida no nosso país, valor que ultrapassa (e muito) a média anual de três mortes por ano desde 1980.
Não se compreende como é que, sabendo que os nossos verões obedecem a padrões climáticos específicos, identificadas as áreas mais perigosas, reconhecido o trabalho de prevenção a ser feito, como é que um país arde desta maneira todos os anos?
Outros países, supostamente mais desenvolvidos do que o nosso, também são afetados por fogos de enormes dimensões, como os EUA. Mas não podemos comparar situações, a começar pela dimensão dos países e às caraterísticas climáticas de cada um.
E mesmo que se saiba que, ano após ano, haja gente criminosa e doente a incendiar fogos propositadamente, ainda está tudo por fazer. 
Independentemente do governo em funções e do partido político que governa, as mãos continuam cruzadas... E algumas bocas também, pois pelos vistos foi preciso haver polémica para o Presidente de República vir a público lamentar estas trágicas mortes. Curioso que, na mesma altura, tenha morrido um banqueiro e economista, cuja trabalho de vida, ao contrário do que muito se disse, não beneficiou assim tanto o país e tinha inclusivamente uma visão muito pouco humana e humanística, e o Presidente da República veio logo às televisões lamentar. Mas os bombeiros morreram queimados e não mereceram a mesma consideração. tristes tempos.
Claro que não deve haver aproveitamento público e político destas trágicas circunstâncias, mas o debate e o trabalho continuam por fazer.


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