domingo, 1 de setembro de 2013

Setembro


Depois de umas semanas sem "pôr cá os pés", que é como quem diz sem vir dar sinal de vida a este meu espaço de reflexão e coisas afins, eis que chega setembro.
Parece que ainda ontem entrava nuns merecidos (e que merecidos!) dias de descanso, e pronto, foi-se. Nem consegui ficar bem com o sabor a sal e a sol, nem o bronze este ano ficou como costuma ficar... Vão deixar saudades as tardes longas e quentes, os passeios pela promenade e pelo Funchal para apanhar um fresco da noite, os gelados para arrefecer as temperaturas, os serões a ver filmes e a adormecer no sofá sem preocupação com o despertador no dia seguinte, o pôr do sol cor de fogo com que somos normalmente presenteados na nossa cidade (e na nossa ilha, considerada como a melhor ilha europeia para turismo - e para viver??). Saudades dos tempos em que as férias tinham três meses e ansiávamos pela compra do material escolar fresquinho e novinho e pelos manuais escolares prontos a "violar".
Ficam algumas nódoas devido aos incêndios que este ano voltaram a mostrar as fragilidades das nossas serras. Ficam também (pelo menos até 29 de setembro) os apelos aos votos em eleições onde as cores parecem desbotadas e as ideias repetidas e confrangedoras (à exceção de alguns e bons amigos que levam "a coisa" a sério e têm feito um trabalho incansável, independentemente das cores partidárias - eles sabem quem são!). 
Agora olhar outra vez para setembro, o início de mais um ano de aventuras e de desafios. Um ano com apelo à criação, às sinergias, ao trabalho e à criatividade.
Olhamos para o futuro e não parece muito risonho. Continuamos a viver uma crise como poucos se lembram, continuamos a ser governados por gente irresponsável, continuamos a presenciar todos os dias empresas a fechar e mais pessoas desempregadas, jovens a passar fome, idosos abandonados nos hospitais e nos lares, pessoas cheias de vida e história a atirarem-se de pontes abaixo. Tristes tempos. 
Mas setembro é, apesar da chegada do outono, luminoso. É uma estação que termina e outra que diz olá, com as vindimas a espreitar e as primeiras chuvas a deixarem no ar o aroma da terra molhada. Deixemos de lado as lamúrias e as tristezas e façamos. Façamos mais e melhor para que cheguemos ao próximo verão e digamos: aqui estão uns merecidos (e que merecidos!) dias de descanso.
Bem-vindo, setembro!

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