quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Aguentamos, aguentamos


Fico estarrecido quando leio notícias destas. Segundo Fernando Ulrich, depois de sabiamente ter afirmado que o país ""Ai aguenta, aguenta" mais austeridade, vem agora dizer que se os gregos aguentaram o que lhes foi imposto e as condições difíceis em que muitos vivem, nós também aguentamos. E não estando contente com o seu exercício de paupérrima retórica, ainda acrescenta vivamente à sua argumentação que se os sem-abrigos conseguem viver na miséria e pobreza, nós também aguentamos (pode confirmar a informação em http://expresso.sapo.pt/ulrich-se-os-sem-abrigo-aguentam-porque-e-que-nos-nao-aguentamos=f783682). 
Por mais que venham dizer posteriormente que foram mal interpretados, que as palavras foram truncadas ou retiradas do contexto, que não queriam dizer bem aquilo, a verdade é que há situações em que a decência deveria imperar.
Num país com tanta gente desempregada, a passar fome, com a corda ao pescoço, desesperada, sem ver luz ao fundo do túnel, aflita por não ter que dar de comer aos filhos ao fim do dia, só por muita falta de ética e bom senso vem um bancário (seja ele quem for) ou qualquer um com lucros de milhões fazer afirmações destas. Tanta oportunidade de ficar calado e há quem insista em abrir a boca. Triste, no mínimo.

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