quinta-feira, 5 de abril de 2012

Um suicídio que é coletivo



Um reformado septuagenário suicidou-se na Praça Syntagma, no coração de Atenas (Grécia). A partir daí, houve manifestações violentas contra um governo e contra um sistema que está doente.
Não sou propriamente a favor de manifestações violentas, muito menos complacente com o suicídio, mas a verdade é que há situações em que me apetece também sair à rua e gritar bem alto que há coisas que simplesmente não podem ser.
Um homem trabalha uma vida inteira, desconta para assegurar a sua reforma, contribui como pode para o seu país, e depois dos setenta anos tem de andar de rua em rua e de caixote do lixo em caixote do lixo para conseguir comer. Fartou-se dessa vida e resolveu matar-se em público.
Um ato de desespero que deixa em última instância de ser individual: aquele ato de revolta e simultaneamente de desistência não pode deixar de nos interpelar e de nos fazer refletir: que sociedade é esta que estamos a construir? Onde está o limite?
Veja mais sobre o assunto em:
 http://expresso.sapo.pt/suicidio-de-reformado-gera-nova-onda-de-protestos-na-grecia=f717281.

Sem comentários: