Começo com um conto de fadas.
Era uma vez uma laranjeira que nasceu numa ilha paradisÃaca, onde a água era abundante, onde o sol brilhava o ano quase todo e as temperaturas eram quase sempre primaveris. Nestas condições, a árvore cresceu formosa e espalhou-se pela ilha, formando um lindo e cobiçado laranjal: os frutos brotavam com frequência e todos queriam apanhar laranjas frescas e sumarentas.
Quando outras espécies tentavam avançar, o laranjal, zeloso do seu espaço e dos seus clientes acostumados, bania-as. Orgulhoso, o laranjal ocupou todos os espaços disponÃveis e não deixou mais nenhuma árvore florescer: apenas laranjas, mais nada.
Ano após ano, as laranjas frutificavam e as raÃzes estavam cada vez mais fortes e fundas, consumindo a água armazenada, água doce e bebÃvel, fresca e disponÃvel para todos.
Até que a água começou a faltar. O laranjal continuou a afundar mais as suas raÃzes em busca do lÃquido precioso e não encontrava água para se abastecer. As mãos que tentavam apanhar laranjas levavam logo uma cacetada para não voltarem a cobiçar laranjas alheias. Mesmo entre as laranjas, começou uma guerra silenciosa, pois cada uma queria ocupar mais espaço, ter mais protagonismo, ser a laranja mais poderosa e cobiçada do laranjal.
Até que o laranjal começou a dar sinais de estar a secar. Outras laranjeiras tentaram ocupar o lugar central e mandar no laranjal lá do sÃtio, mas a árvore mais velha e soberana lá do sÃtio continuava a não deixar.
Finalmente tudo secou. As laranjeiras e os que delas dependiam. O sumo acabou e toda a gente ficou triste e morreram à fome e à sede.
Não era propriamente este o final ideal para esta história (puramente fictÃcia, diga-se, sem qualquer semelhança com a realidade nem qualquer analogia polÃtica possÃvel).
Não quero nem vou fazer deste espaço um painel de propaganda polÃtica de qualquer espécie. Mas quando vi este cartoon no "Diário de NotÃcias" da Madeira não pude deixar de partilhar.
Fica a reflexão.
1 comentário:
A bela da reflexão :)
Enviar um comentário